Safrinha de milho pode minimizar perdas com a soja em Goiás

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Depois da pior estiagem dos últimos dez anos durante a safra de verão, São Pedro volta a fazer as pazes com os produtores do Sudoeste Goiano, maior região produtora do Estado. Precipitações dentro da normalidade de março até agora apontam possibilidades de que a safrinha de milho minimize os prejuízos nas lavouras de soja decorrentes do fenômeno climático, gerando quebra de 13%.A expectativa inicial da produção de soja em Goiás era de novo recorde – 9,5 milhões de toneladas. Com a escassez de chuvas, especialmente nos meses de dezembro e janeiro, período de enchimento de grãos, esse volume caiu para 8,2 milhões de toneladas, uma queda de 13,6% segundo estimativas da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg).Além da seca, as chuvas irregulares causaram uma situação atípica. Em uma mesma região, alguns produtores conseguiram resultados acima das estimativas iniciais enquanto outros sofreram quebra de 50% da produção. Esta pode ser uma explicação para que o sétimo levantamento da Companhia de Abastecimento (Conab) ainda registre crescimento de 3,5% (veja quadro). Entretanto, o veranico foi generalizado e ocorreu na pior fase possível do ciclo da soja. A relação de altas temperaturas e baixa umidade impediu que houvesse desenvolvimento adequado da vargem.O produtor Silomar Cabral, de Jataí, afirma que a falta de chuvas refletiu em quebra de 36% em sua produção de soja, plantada em 400 hectares. A expectativa inicial era de colher 60 sacas por hectare, mas o resultado foi de 38 sacas por hectare. ?Foram 22 dias sem chuvas em minhas terras. Nunca tinha visto isso antes?, assinala. Ele calcula que não chegou a ficar no vermelho, mas deixou de ganhar R$ 521 mila nesta safra. Por outro lado, diz que um levantamento realizado com produtores do município aponta contrastes. ?Foi uma ?salada?. Teve todo o tipo de produtividade?, explica.MilhoPrecipitações nos meses de março e abril, além da primeira quinzena de maio são fundamentais para bons resultados da produção da safrinha de milho. Na avaliação do consultor de mercado da Faeg, Pedro Arantes, está chovendo bem nas principais regiões produtoras do Estado. ?Precisamos de mais umas cinco chuvas boas para que tudo corra bem, mas é necessário que chova nos primeiros 15 dias de maio?, explica.Ele calcula que 30% das áreas estão salvas de algum tipo de intempérie, já que passam pelo período de floração. Entretanto, teme que cerca de 10% da produção ainda corra alto risco. Isso porque o plantio nessas áreas ocorreu após o dia 1º de março, data considerada “limite””.A explicação para esse atraso em algumas áreas está relacionada às chuvas que caíram em fevereiro, impedindo a colheita da soja. Com isso, diminuiu a janela de plantio do milho safrinha. ?Mas tem tudo para ser uma safra cheia?, afirma Pedro Arantes. Segundo a Conab, o milho safrinha corresponde a 860mil hectares, área semelhante a da safra anterior. A estimativa é de colher 100 sacas por hectare.Pedro Arantes explica que a produção nacional deve ser reduzida em 10 milhões de toneladas, mas vai manter um estoque confortável. Isso porque, as exportações nacionais não devem repetir o feito histórico no ano passado – 20,8 milhões de toneladas.Preços animam produtorEmbora o presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste do Estado (Comigo), Antônio Chavaglia, demonstre um pouco mais de apreensão em relação às chuvas, está otimista em relação aos preços. ?Os produtores têm perspectivas de encontrar preços mais equilibrados?, afirma.Atualmente o preço da saca do milho está a R$ 26, mas deve acomodar entre R$ 21 e R$ 23 durante o período de colheita. Mesmo assim, as negociações ainda seguem lentas, já que a maior parte dos produtores está retraída.EstratégiaCom estoque de milho safrinha ainda da safra passada armazenada em bolsões, o produtor Silomar Cabral conseguiu comercializar, recentemente, a R$ 26. Ele afirma que vai adotar a mesma estratégia este ano. ?A não ser que o mercado me surpreenda?, afirma.De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Goiás deve produzir nesta safrinha, cerca de 5 milhões de toneladas de milho. Desse total, mais de 20% devem sair das lavouras de Jataí, um dos maiores produtores de milho do Estado. “

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