Soja: 1º raio-X da nova safra mato-grossense 2013/14

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Se a safra mato-grossense 2013/14 tivesse de ser diagnosticada por um exame, não seria na primeira análise que se teriam informações com exatidão sobre o quadro atual e muito menos sobre as perspectivas futuras para se intervir e mudar o curso dela. Esse primeiro raio-X apresentado nesta quinta-feira (31) pela Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT), indica tendências do que está em formação, no entanto, para qualquer lado que se olhe, as perspectivas não se mostram muito animadoras seja pelo aspecto fitossanitário, agronômico e ou financeiro.A safra já iniciada no Estado vem sendo marcada por problemas, dificuldades essas desde a falta de chuvas ainda em setembro, quando a semeadura começava, às ameaças fitossanitárias – que não são poucas – até falta e má qualidade de sementes e a certeza de ampliação dos custos de produção, especialmente com produtos químicos.Durante uma coletiva na sede da entidade nesta quinta-feira (31), em Cuiabá, o presidente Carlos Fávaro e o diretor técnico, Nery Ribas, apresentaram, pela primeira vez, parciais do que viram nas lavouras mato-grossenses de várias regiões produtoras nas duas primeiras semanas do Circuito Tecnológico, expedição essa que chega a sua quinta edição em 2013, e tem justamente o objetivo de fazer um raio-X da nova safra de soja e milho de Mato Grosso. Nos últimos 15 dias, nove equipes visitaram 30 municípios, cerca de 150 propriedades e viajaram 10 mil quilômetros dentro de Mato Grosso.Como destaca Favaro, depois de o Circuito visitar as quatro regiões, três pontos foram considerados preocupantes neste novo ciclo: as pragas que atacam as lavouras, as escolhas para a segunda safra e a qualidade das sementes vendidas aos produtores.HELICOVERPA – Sem dúvida, a maior ameaça à fitossanidade das lavouras de soja nesta safra se concentra nas pragas e nas doenças, que impactam de modo severo e, até mesmo, causando danos irreversíveis para a lavoura. “Nesse ponto, a lagarta Helicoverpa, já com confirmações para o gênero armigera – a mais severa entre a espécie – tem sido a preocupação da vez, a exemplo da situação vivida pela Bahia no ano passado””. Como explica ainda Fávaro, Mato Grosso já tem enfrentado problemas desde a safra anterior, e com a intensificação neste ano, criou-se um alarmismo que tem dado espaço à ações oportunistas. “”Percebemos que as revendas estão se aproveitando da preocupação do produtor e vendendo produtos indiscriminadamente e com fórmulas mirabolantes, sendo que o correto seriam doses razoáveis e recomendadas por uma consultoria técnica””. Como já reforçou o coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura (CDSV/Mapa), em Mato Grosso, Wanderlei Dias Guerras, as subdoses, assim como a superdoses, podem causar danos às lavouras de várias maneiras e o produtor ter prejuízo em dobro, primeiro porque usou produtos que não controlaram a praga e a disseminação das lagartas reduziu a produtividade. “”As Helicoverpas atacam os frutos, ou seja, agem diretamente no lucro do produtor””. Dias Guerras também integra a expedição promovida pela Aprosoja/MT e chefia uma equipe que está totalmente voltada à fitossanidade.Ainda como esclarece o presidente da entidade, o alarmismo e a dificuldade em lidar com a praga é maior nas áreas aonde a assistência técnica é feita por revendas, como no caso de pequenas propriedades que ficam no entorno da BR-163. Já naquelas onde há uma consultoria especializada e apta, o corpo técnico não se contamina com alarmismo, a exemplo de propriedades na região oeste.Para o diretor técnico da Aprosoja/MT, Nery Ribas, o monitoramento é a palavra chave e é essa ação que permitiu constatar a presença da Helicoverpa durante a entressafra. “”Nós monitoramos o período entre as safras, verificamos a lagarta no milho, no sorgo e no milheto e que agora está na soja. O produtor precisa monitorar, ter uma assistência técnica e fazer aplicações na medida.”” Ainda segundo Nery, a importância dos profissionais no processo é extrema. “”Temos um projeto piloto em Sapezal. Foi formado o Grupo Papagaio (nome do rio da região) onde vários produtores e técnicos estão envolvidos no manejo da Helicoverpa e os resultados positivos das ações conjuntas desde o início do mês já começam a aparecer””.Ambos ainda pontuaram que a ferrugem também é motivo de atenção. “”Recentemente tivemos a liberação de uma nova molécula para a ferrugem o que é necessário, porque a praga vai se adaptando e criando resistência aos produtos””, comenta Nery. Com a estabilização as chuvas, o clima quente úmido, favorável à ferrugem, vai se confirmando e a doença passa a ser iminente.Os dados completos colhidos durante o Circuito Tecnológico serão divulgados até o final deste mês. “

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